sábado, 6 de junho de 2009

Arquitetos hoje - Uma geração insegura

Pensei diversas vezes o que escrever para inaugurar as postagens no meu blog, então decidi escrever sobre um assunto que me incomoda muito - A grande insegurança que ronda a profissão de arquiteto e urbanista.
Na nossa profissão temos vários níveis de insegurança, desde os recém formados até os profissionais consolidados no mercado de trabalho. Os recém formados, por uma obviedade, são inseguros por falta de experiência. Mas o que mais admira é a necessidade de afirmação dos profissionais que já estão consolidados no mercado de trabalho. Muitos destes profissionais frente aos seus clientes são descolados, super descontraídos, sabem sobre as tendências e as formas de construção de diversas modalidades de arquitetura, no entanto frente as pessoas que trabalham com eles são arrogantes, tem necessidade de rebaixar o conhecimento dos demais e perdem a compostura por detalhes de comportamento.
Isso tudo, apenas, escancara a grande insegurança na nossa profissão, ao invés de nos vermos como companheiros e tentarmos complementar nossos conhecimentos a primeira coisa que fazemos é competir uns com os outros, que pena!
A competição está dentro dos escritórios e entre eles, colegas competem uns com os outros, chefes competem com os empregados, e também está presente dentro da faculdade. Aliás, creio que isto se inicia na faculdade, nosso ensino nos induz a este tipo de competição, não há incentivo a partilharmos nossos conhecimentos dentro da própria faculdade, competimos por nota, pelo melhor projeto, por ter apresentado mais itens nas entregas de trabalho. O ensino baseado na tentativa e erro nos leva a este tipo de comportameno. E, além disso, desde o ingresso num curso de arquitetura os alunos são colocados numa situação de inferioridade em relação aos professores, que partilham da característica de insegurança da nossa profissão.
O dia em que dar aula num curso de arquitetura signifique tornar nossa profissão uma profissão de excelência, onde as características pessoais dos alunos sejam direcionadas para nichos de mercado que melhor as aproveite, então teremos uma profissão de respeito, onde os outros profissionais nos respeitem e principalmente onde haja respeito entre os próprios arquitetos. A excelência e o respeito deveriam ser as premissas básicas para a construção de um novo conselho regional para os arquitetos.